segunda-feira, 14 de novembro de 2011

E a vida é boa!

Após mais um longo período sem publicar nada e aproveitando que acabei de acordar no sofá, vamos a um rápido update. Agora passados 4 meses e 1/2 da cirurgia, a vida tá mais 'normal'. Domingo, por exemplo, eu e a Soraya fomos almoçar no shopping, eu fazia alguns 'par de dia' que estava querendo ir ao China Master (só por causa do kibe cru rs). Além do kibe, também havia uma grande variedade de saladas, inclusive uma com camarão (delícia), não tive dúvidas e fiz um bom prato, foram 186 gramas da mais pura alegria. Pra se ter uma idéia, o custo do meu prato antes da redução, em média, era de R$ 23, neste domingão paguei a bagatela de R$ 5,50, e comi muito bem, e também passei muito bem. Eu já havia flertado com uma das lanchonetes no shopping, algumas semanas atrás comprei um sanduba no Subway, foram umas 2 horas comendo o bichinho, nem precisei jantar neste dia...rs. Finalmente consegui deixar o carro na garagem, como sugeriu minha psicóloga, o negócio é ter pequenos projetos. Eu queria ir a pé todo dia, e não tava rolando. Mas dia sim, dia não, rolou muito bem! E são apenas 2km. De início ia pé e voltava de ônibus, mas a questão é que ficar no terminal 20 minutos esperando condução é muito chato. De casa/trabalho são 30 minutos, é só fazer as contas, que a conclusão é: volto a pé também. Pena que estes últimos dias tenham sido chuvosos, até andar a pé vá lá, mas de guarda chuva, me nego!!! rs No 4° mês, até tenho vergonha de comentar, mas dei uma fraquejada na academia, teve semana de ir só um dia... barbaridade... Mas agora voltamos na labuta, só a musculação que to criando coragem, vai doer tudo de novo.. droga... pra compensar o fato faço 1 hora de esteira, mais 1 hora de caminhada na rua, nestes dias consegui correr por uns 2/3 minutinhos, é pouco eu sei, mas pra quem só ia do sofa pra cama, achei interessante. Claro que estar pesando -47kg ajuda um bocado! rs Agora to ficando é irritado com minhas roupas, calças e bermudas viraram sacos, as camisetas se tornaram vestidos meia estação e os calçados o pézão nunca teve mais 'forgado'...rs to criando coragem pra ir fazer uma compra pequena, nunca gostei de comprar roupas, não pelo tamanho, só não gostava. Muitas coisas mudaram em minha 'nova vida', uma delas é a disposição, antes nem para brincar com meus instrumentos eu tinha vontade, tanto que minha habilidade (que já não era aquelas coisas) diminuiu bastante nos últimos anos, agora estou correndo atrás do prejuízo, tá dando um trabalhão, afinal é mais um hora na agenda diária. Minha meta pra dezembro é bater uma bola com os amigos no sábado,vai ser difícil, afinal fazem uns 20 anos que não brinco, e já era perna de pau...rs Bom, acho que é isso, o sono tá voltando, vou pegar uma carona...eheheh Fui...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Transformando a gordura...

Acabei de voltar da academia, amuado, cansado, acabado, um bagaço... e por ai vai...ehehe. Nesta semana comecei novas atividades por lá, além de fazer a boa e velha esteira por uma hora, agora fico mais uns 30 minutos trabalhando os braços (quero novos, os meus já eram, rs)e pernas; mas como é novidade, nunca havia feito nada parecido nos últimos 20 anos, quando trabalhava como servente de pedreiro, puxando massa e as vezes carregando uns pacotinhos de 50kg de cimento, mas a idade era outra e o peso também! Mas apesar da dor, é gratificante, pois estou acordando músculos que ha muito estavam adormecidos. Bom, bora lá almoçar (atrasado) e descansar um pouco antes de ir pro trabalho. Até +

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pra não dizer que postei nada...

Somente pra evitar que fique sem movimento a bagaça, vou colocar uma foto com 3 períodos diferentes dos últimos 70 dias, agora já consigo ver diferenças após a cirurgia.

Hoje almocei fora, e acabei comendo um pedacinho de fígado frito... não foi uma boa ideia! Ainda bem que o pedaço foi pequeno, pois possivelmente experienciei o tal de dumping... muito chato mesmo... mas que tava gostoso o pedacinho, ah isso tava...rs...

É isso ae, até a próxima.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Laranja do mal

Após alguns dias, hoje decidi que há algo relevante pra compartilhar.
Descobri que um dos alimentos que não cai bem, é o arroz. Mas o interessante que é somente no jantar! Se for no almoço vai, não com a maior das alegrias, mas vai. Também experimentei chocolate diet e minha conclusão é a seguinte: melhor manter distância, o chocolate no mercado e eu em casa. Por sorte não fui 'viciado' em chocolate, mas lhe digo, é irritante como da vontade de comer mais! Por esse motivo, considero um elemento de alta periculosidade e devo me afastar. Experimentei também batatas industrializadas (chips), ainda bem que comi duas ou três, não é muito agradável a digestão (dumping). Pipoca, biscoito de polvilho descem que uma beleza, pena que não me acrescentam em nada com os nutrientes! É só pra um dia do fim de semana e pronto.
Por falar em fim de semana, sabadão cheguei do jornal à tarde, descansei, jantei e tirei um chochilo antes de 'alimentar' o site do jornal. A Sô me acordou já estava na hora do lanche das 22 e me ofertou uma laranja in natura, aceitei de boa, pois tomo um copo todo dia. Na empolgação, chupei a laranja rápidamente, foram uns 4 minutos... barbaridade!!! Isto acabou comigo, sai caminhar, não adiantou, tentei trabalhar, mas era sentar e o desconforto aumentava, me obriguei a ficar no banheiro, foram mais ou menos 5 horas de penúria! Final de sábado e madrugada de domingo, foi pura emoção...
Nota mental: - Laranja in natura só daqui uns 2 meses pra nova experiência;
Continuo firme na academia, quase pegando gosto pela coisa. Nos últimos dias resolvi levar algumas músicas pra ouvir durante as atividades, que inclusive a partir de hoje poderei fazer mais algumas coisas, ainda leves, mas já não preciso ficar somente na esteira.
Desde segunda parei de macerar o Centrum, agora só divido ao meio e mando pra dentro, na 'receita' diz pra tomar inteiro, mas me falta a coragem, vai que entala a criatura! Não tenho vontade de fazer endoscopia tão cedo, principalmente enquanto estiver obeso (devido ao risco não é aconselhável sedar).
Esta semana não me pesei ainda na balança que escolhi de referência, mas em compensação me pesei na nutricionista, lá foram 29kg off.
Apesar das dificuldades alimentares, os resultados estão aparecendo, minha disposição aumentou, e as roupas daqui a pouco irão me dar prejuízo...rs... calças todas caindo, camisetas viraram vestidinhos e até os tênis estão folgados... barbaridade... Mas só vale a pena comprar algumas peças daqui uns 2 meses.
Já to falando bobagem... deve ser a hora ou a falta de assunto.
Até a próxima...

*PS: antes que alguém me perturbe pelo título 'Laranja do mal' com 'L', foi mais uma, como diz meu amigo Kossoski, licença poética (ou algo assim). Mas se te irritar mesmo, vai um titulo alternativo: 'Uma laranja e um fim de semana infernal'

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Reaprendendo a comer

Algumas poucas linhas, só pra não esquecer de algumas coisinhas.
Ontem me pesei novamente e agora se foram 28kg, alguns acham bastante, eu acho pouco, talvez pela estrutura que adquiri nos últimos anos eu não esteja vendo isso.
Algo interessante tem acontecido com as refeições, estou priorizando as proteínas (carnes, queijo, leite), ou seja, no almoço tento comer mais carne, meu 'pratinho' é um 'potinho' de 200ml, coloco uma concha de feijão, um pouco de arroz, carne e completo com caldo de feijão (adoro feijão, além de ele conter ferro), e desce tranquilo, tranquilo. Algumas vezes até faço um incremento de uma 'sobremesa' (fruta, sorvete diet).
Por questões de praticidade, pego minha 'marmita' e já preparo pra janta, repito o mesmo procedimento do almoço. Mas na hora H, a saciedade ou outra coisa, me impede de comer tudo, e algumas vezes tenho um desconforto, por enquanto suportável, pois não precisei sair caminhar.
Hoje vou começar a fazer algumas experiências, pra ver se consigo encontrar, qual alimento está dificultando meu dia!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Segundona

Nada como uma boa noite de sono pra transformar uma segunda em um dia lindo.
Hoje experimentei no café da manhã pão com queijo cotagge, delícia! O café ainda não to curtindo muito(nunca fui mesmo de tomar muito café), mas vou continuar insistindo.
Hoje retornei a tomar o 'centrum', como é grande a pílula, eu desmancho ela e misturo com algum líquido com orientação de minha nutricionista.
Após tomei um copo de suco de laranja natural e fui pra academia.
Da academia tenho que relatar um pouco:
Por enquanto somente caminhada na esteira.
O primeiro dia foi interessante, na regulagem de velocidade foi colocado 3,0*(sabe Deus o que?) com tempo de 30min, e olha que quase não consegui, precisei diminuir pra 2,8*. Mas nos dias que seguiram fui aumentando um pouquinho a velocidade e o tempo.
Hoje, pra uma segundona, coloquei 45 min e comecei na velocidade 3,6* e consegui até 5,0*! Foi tranquilo, poderia ter ficado mais tempo até neste ritmo.
Nota mental: - O sedentarismo cobra muito caro!
Hoje já almocei com menos medo...rs... foi tranquilo, feijão, arroz, carne moída e tomate. Bão barbaridade! E ainda me atrevi a comer umas 14 uvas rubi (sem a semente e a casca é claro), bão tamém.
Quase na hora do trampo, então é isso.
Bora lá?!!!

domingo, 14 de agosto de 2011

Que comemoração

Passados alguns dias após meu último post, digo que nesse novo período em que 'tudo' posso comer, há um pouco de cuidados.
Fui à nutricionista, e agora sigo uma nova fase. Nestes 12 dias apenas 3 vezes tive problemas com a alimentação, e tenho 90% de certeza que foi a pressa quem teve uma grande parcela de culpa.
Finalmente iniciei minhas atividades fisicas, por enquanto só esteira, mas já to sentindo uma boa diferença, já consigo andar bastantinho sem me cansar, eh coisa maravilhosa...
Ontem no trabalho, devido a um erro de logística em casa, precisei pegar comida em um restaurante. Escolhi alface, cenoura, couve-flor, uma colher(sopa) de arroz e um pedaço de posta ao molho madeira... Demorei uns 50 min pra almoçar, e de quebra comi um pedacinho de charque (carne de sol) bem cozido... passei a tarde bem tranquilo, maravilha.
Hoje fui visitar minha madrinha (que fez cateterismo na semana passada) e até tinha esquecido do dia dos pais, ou seja, tinha churrasco... aí já viu... não tive dúvidas... e comi um pequeno pedaço (tamanho de uma caixa de fósforos), tava descendo bacana, mas... quando tava quase terminando começou um mal estar, parei e convidei meu amigo Tony pra me acompanhar em uma caminhada, 'pois ói' foi 30 min andando, mais uma hora parado tentando 'resolver' a parada, consegui 'chamar o hugo 2 vezes', e deu um bom alívio. Voltamos, mas depois de uns 20 min a sensação retornou e lá fui eu de novo, mais 'hugos' (Arhg!). Por final, como já tava ficando a ficar chateado com a situação, tomei uns dois goles de água, nossa, parecia que ia voltar tudo, me preparei e... saiu um pouco de gás, seguido de alívio (ufa... e que alívio), em 10 min já estava reunido com o pessoal e da-lhe violão... Nota mental:
-Carne moída - OK
-Carne bem cozida - OK
-Carne assada - Not yet

Novamente em casa, a Sô fez uns legumes bem cozidos, com feijão e batata cozida, não sobrou nada ... ehehe e a vida segue, com mais um aprendizado... bem que podia ser menos dolorido, mas está tudo certo.
E vamos pra mais um semana de intensa luta. Afinal o preço do ócio foi a obesidade mórbida.
Bora lá

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dias complicados

Vou comentar um pouco sobre a noite de domingo, foi muito 'interessante'.
A noite, no horário do jantar, mandei pra dentro o mesmo que o almoço, mas devo ter feito isso muito rápido ou não mastiguei direito. Batata, uns 10 minutos depois lá estava eu com minha primeira dor, e diga-se de passagem, é horrível. O interessante é que, no meu caso, doia as costas em conjunto, mas uma caminhadinha de 12 minutos e já passou todo aquele mal estar. Em seguida eu a Soraya saimos pra assistir um filme.
Já em casa, lá pelas 23:30 cismei de comer um pedaço de mamão, novamente, por que? Ae o bicho pegou, foram quase 1:30 de dor, vômito e agonia... nota mental: - Fora dos horários de refeição, somente líquido, senão a coisa fica feia.
Na segunda, já com bastante receio, no café da manhã comi dois biscoitos integrais, demorei uns 15 minutos mais ou menos pra mastigar bem. No almoço também, foi mais de uma hora mastigando, pois o incômodo é grande.
Ontem resolvi voltar ao trabalho, o principal motivo era o corte da cirurgia que estava muito aberto, mas agora já esta com um aspecto melhor, ainda aberto, mas enfim voltei pro jornal, já estava com saudade da correria. A única diferença é que terei que jantar lá, e minha ceia também, mas a ceia pode ser feita no posto de trabalho. Como cada minuto é importante lá, e após tantos dias afastado, novo projeto gráfico, foi complicado, acabei jantando um pouco rapido, e já fiquei com uma dorzinha, mas foi bem leve (hoje to levando só coisa fácil de mastigar, não quero demorar muito na janta). Como de costume também 'jogo' as matérias do impresso no site, após o fechamento da edição, ae foi tenebroso, pois ficar tantas horas sentadas incomoda mesmo, por fim foram umas 3 horas e pouco pra fazer um serviço que um dia já foi de 1 hora.
Hoje no café da manhã, de novo, com alimento na boca, a gente esquece e acaba engolindo antes da hora, é um martírio, lá se foi mais 30 minutos de uma leve agonia.
Almoço foi tranquilo, e agora vou a academia e agendar nutricionista.
Mas a certeza que o desconforto alimentar só acontece quando não mastigo o suficiente, ou esqueço (costume de gordo) e já mando pra dentro.
Bora lá...

domingo, 31 de julho de 2011

Primeira alimentação quase normal

Hoje é meu primeiro dia com uma alimentação comum. Tá certo, nem tão comum assim.
O importante que a partir de hoje meu desjejum já pode contar com uma fatia de pão (integral com cereais, argh...) com requeijão (light é claro), muito melhor que só um copo de leite ou iogurte. Mas a melhora significativa é no almoço e no jantar! Depois de 34 dias hoje foi incorporado um caldinho de feijão (que delícia), legumes não precisam ser mais liquidificados, polenta já faz parte da bagaça e também teve início ao consumo de carne. Tá certo que a carne é peixe (bem cozido), mas mesmo assim após o almoço senti que participei de um banquete! Isso que as refeições são de apenas 200ml.
O grande receio estava na carne, muitas pessoas que fizeram sempre comentam que passam mal, graças a Deus, foi bem tranquilo, e pra quem me conhece, já sabe que sou carnívoro!
Agora o negócio é se 'arrumar', vamos ao Palladium, a Soraya quer pegar uma telinha.
Até o próximo.

sábado, 30 de julho de 2011

Cirurgia Bariátrica, eu fiz!

Ontem fez 30 dias que fiz o procedimento cirúrgico de gastroplastia ou simplesmente redução do estômago. Vou tentar sintetizar um pouco deste período.
Pra quem me conhece, sabe que não foi um decisão tomada por impulso, mas foi algo bem pensado e tive muitas conversas com minha esposa, parentes que já fizeram a redução, amigos, psicólogos, nutricionista, endocrinologista e dois cirurgiões que fazem o procedimento.
Pra quem não sabe, a gastroplastia é uma cirurgia de alto risco. Mas há bastante dados, por exemplo: uma pessoa que magra viveria até os 70 anos, já se fosse super obesa, no máximo com 50 anos já estaria indo desta pra melhor, fora as comorbidades que fariam o últimos anos mais sofridos.
Estatisticamente as chances de eu conhecer o criador durante a cirurgia era de 0,5%, a de encontrá-lo antes dos 50 anos já tinha um bom acréscimo de uns 70%. Claro que esse não foi o fator fundamental, mas o fato de já possuir pressão alta e início de diabetes antes dos 40, da um empurrãozinho.
Em agosto de 2010, tomei a decisão e fui consultar com o Dr. Wilson Paulo dos Santos (www.gastroplastiabrasil.com.br), que faz parte de uma super equipe no hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, cidade metropolitana de Curitiba. O Dr. Wilson foi direto, era óbvio que se fui lá, era pra fazer a redução, ele já me passou algumas folhas com todos os exames pré-operatórios, e pedidos de avaliação psicológica e de uma nutricionista. Neste dia também consegui me pesar, pois lá tinha A BALANÇA, e falando sem vergonha alguma, estava com 185kg, e ele já fez o calculo do meu IMC=55, uma pessoa normal tem 25, ou seja, minha decisão era acertada. Pois não haveria dieta que me fizesse perder pelo menos 80kg, no máximo uns 40kg, mas mesmo assim eu continuaria sendo obeso.
Detalhe, a cirurgia seria pelo SUS.
Demorei 6 meses pra retornar, não vou mentir que me enrolei um pouco pra fazer os exames, pois não queria deixar meus colegas de trabalho na mão e também foi mais um tempo de reflexão.
Em janeiro, no meu último dia de férias fui entregar os exames, o Dr. Wilson fez avaliação e disse que eu estava apto pra cirurgia e que eu também tinha uma 'pedra' no fígado que seria retirada no mesmo procedimento, no mesmo dia fui conferir a data, que por sorte haviam reorganizado a agenda (infelizmente muitos não sobrevivem até a cirurgia), e o meu procedimento já estava marcado para o dia 29 de junho de 2011.
Nestes 6 meses eu realmente aproveitei (coisa de gordo mesmo), muito churrasco, fast food, restaurante, lanches, salgadinhos, frituras, todas essas coisas que fazem mal até pra pernilongo.
Na medida em que a data foi se aproximando, a preocupação também aumentou, afinal os riscos eram grandes. Mas passou rápido, quando vi já estava há um dia do internamento, dia que preciso mencionar, pois neste dia, a alimentação permitida é somente liquida até umas 22 horas, depois a gente fecha a boca e nem água pode tomar.
claro que fiquei curioso pra saber o motivo da dieta, e a resposta é muito simples, no momento da cirurgia, pra realizar o entubamento, se houver alimentos no estômago eles voltam e dependendo do caso, as vezes é necessário cancelar o procedimento.
Devido ao horário pro internamento, já fui um dia antes e fiquei na casa de minha mãe. No dia 29 as 07 horas eu já estava no hospital, demorou umas 2 horas até finalizar o processo de internamento, eram umas 09:20 quando me despedi de minha mulher, mãe e uma de minhas irmãs, a emoção é forte, mas por sorte dominei bem a situação, afinal, não queria deixar a família mais preocupada do que já estavam.
A secretário me levou até a ala de enfermarias e lá esperei um bom tempo pela médica que faria a última entrevista antes da cirurgia, coisas básicas, como se já fumei, se já tinha feito alguma cirurgia, logo em seguida entrou a enfermeira pra depilar a região abdominal e me deu minha 'roupa' de paciente (inclusive, como fui o 5° da família a operar, eu já sabia que não precisa ir com nada além da roupa do corpo). Coloquei o 'vestidinho' e fui pra enfermaria masculina onde tinha mais dois que iam pra 'faca' também. Um jovem de 20 anos que já tinha 180kg, e um senhor de 62 anos (eu não dava nem 50), não preciso dizer que o clima é tenso, há um pouco de descontração, mas a cada passo vinha o enfermeiro buscar alguém pra fazer alguma cirurgia.
Lá pelas 14:30, veio o 'elemento' e me chamou, fomos caminhando até a ala cirúrgica, não cheguei a contar quantas salas de cirurgia tinha (todas estavam com pacientes, e eu tenho horror a ver imagens forte), mas acredito ser no mínimo 5. Fiquei uns 5/10 minutos na sala pós-anestesia, muito parecida com uma UTI. E já veio uma enfermeira me buscar, confesso que um frio na barriga é pouco pra descrever, inclusive me ocorreu de desistir, mas enfim, o médico anestesista já fez algumas perguntas e quando vi já estava tomando soro (nem senti a picada), o método utilizado foi a raquidiana juntamente com um sedativo, só me lembro de deitar na mesa e esticar os braços pra fora, e apaguei.
Lá pelas 21 horas eu despertei, já estava na UTI, e te digo que não foi a melhor coisa do mundo, afinal acordar entubado é algo muito perturbador. Se você já fez alguma vez endoscopia, sabe do que eu estou falando. Sem contar que estava com os braços amarrados, pra evitar o impulso de tirar a bagaça. Agora imagina que fiquei com o tal do tubo por umas 3/4 horas, e uma dor, digamos, interessante na região operada, neste momento eu pensei: 'Que cagada eu fiz, mexi no que tava quieto'. Claro que depois esse pensamento pessimista vai embora. O enfermeiro muito compreensivo passava me ver a cada passo, e conversava comigo, explicando o porque do tubo e o porque ele ainda não podia tirar. Muito simples até, devido ao anestésico, era preciso certificar que meu pulmão estava no controle novamente. Após um período ele veio e falou que ia desligar a máquina de respirar, mas que eu ainda precisaria ficar mais uma hora com o tubo, pra ver se tudo ia bonito, e assim foi, passado o tempo previsto, ele veio e finalmente retirou a bagaça, mas pense num mal estar temporário, é bem assim que a gente fica. O pior de tudo, que enquanto estava entubado meu time estava jogando, havia uma TV nas proximidades, e meu time perdendo de 2 a 0 pro time do meu chefe, barbaridade. Lá pelas 03 da manhã o enfermeiro voltou e me avisou que eu iria tomar um banho, foi tranquilo, tive que fazer um bochecho e o cidadão já me alertou pra não engolir, senão eu poderia ter um encontro com o Criador bem cedo.
Por curiosidade me informei do motivo de não poder tomar líquidos após uma anestesia geral ou raquidiana e a resposta foi simples: nas primeiras 24/36 horas, o corpo esta sob o efeito ainda, e um simples gole de água pode acabar parando no pulmão, ou se for pro estômago, de repente pode haver um refluxo e isto também pode parar no pulmão. Não preciso nem explicar que água e pulmão é uma péssima combinação. Por isso o risco de morte ao ingerir água no pós anestésico.
O duro que dorme-se muito pouco na UTI, quando a gente começa a relaxar, o bendito do esfigmomanômetro (o aparelho que mede a pressão) é automático e te acorda, tem jeito não. Sem contar a movimentação, e põe soro, tira frasco, da injeção, vem mais soro, outra injeção e foi assim até umas 9 da manhã, quando veio o médico e me liberou pra enfermaria.
Na enfermaria a gente cai na real, e vê que tem pessoas passando maus bocados mesmo, o que a gente tá sentindo é temporário. Mas preciso falar da equipe de enfermagem, pense num serviço de primeira, no momento que a enfermeira esta com você, a atenção é sagrada! Tiram as dúvidas, te ouvem, e tudo com muita paciência (não por mim, mas há pessoas que olha hein...), respeito e amor pelo que estão fazendo. Depois fazendo uma análise, nunca fui tão bem tratado em um hospital como no Angelina Caron. Eles realmente primam pela recuperação e o 'conforto' do paciente dentro de suas limitações, e não há distinção entre o paciente particular, convênio ou SUS, todos tratados da mesma forma e com muito respeito.
Voltando a enfermaria, a tarde recebi a visita de minha mulher e da minha mãe, eles são rigorosos com visitas, apenas duas pessoas, 30 minutos e uma de cada vez. Foi bom que já traquilizei a Soraya, afina o hospital não fornece informações de paciente.
Mais 24 horas e eu estava de partida, indo pra casa da mãe, onde fiquei 9 dias, pois a equipe médica recomenda na primeira semana, se possível, ficar nas proximidades do hospital, apenas por precaução.
Chegando em São José dos Pinhais, já iniciei propriamente dito a dieta liquida, e após 4 dias sem tomar água, tomei meu primeiro gole, pequeno, e com receio. Mas desceu tranquilo.
Cada equipe médica trabalha com dietas diferenciadas, se buscar na internet a gente encontra muitas variações, mas nada como seguir o que a equipe pediu. Por que eu falo assim?
Bom, digamos que depois uns 5 dias, a gente começa a 'enjoar', principalmente do almoço/jantar que é nada mais que uma sopa peneirada e coada, e claro que num copinho de cafezinho, destes de 50ml. Caldinho de sopa por 20 dias não é fácil. Claro que há outros líquidos: iogurte líquido sem gordura e sem açucar, leite desnatado, água de coco, água, sucos misturados com água e peneirados e chás claros. A medida que vai findando o período, a gente quer mastigar alguma coisa, e finalmente a partir do 21° dia após a alta, eu já podia comer polenta mole, a sopa liquidificada, isso dá um upgrade nervoso, mas confesso, principalmente porque hoje é o ultimo dia desta etapa (10 dias), que já não aguento mais o leite, iogurte e água de coco, amanhã da uma boa melhorada, já poderei 'comer' mais coisas salgadas, por exemplo no almoço já rola um caldinho de feijão com polenta e um peixinho cozido ou ovo pochê.
Voltando um pouco a história, tive a infelicidade de romper os pontos da pele. Pense num buraco, meu primo Dener que viu, descreveu de forma simples, cabiam umas duas pilhas pequenas dentro do buraco... claro que fiquei assustado, não pela descrição, mas pelo fato, e acabei voltando no hospital, onde tinha a recomendação pra ir na emergência, pois olha, mais uma vez fiquei impressionado, que atendimento. Em 15 minutos já estava conversando com uma médica, que examinou o corte e falou pra eu ficar tranquilo, que os pontos do músculo estavam íntegros, e que o 'buraco' fecharia por segunda intenção (sem pontos). Devido a esse problema não voltei trabalhar. Após todo esse tempo, o corte ficou dividido, um buraco em baixo e um buracão em cima, no meio houve uns pontos que se aguentaram numa boa. Hoje já tá quase fechando a parte debaixo e a de cima agora está como o debaixo estava a 15 dias atrás. A Drª Rachel já havia me dito, que iria demorar uns 60 dias mesmo pra fechar. O que me lembra de agradecer a três enfermeiros que me assistiram neste período, o meu primo Eduardo de São José dos Pinhais, minha amiga Cris aqui de Ponta Grossa e a minha sobrinha Giane, também de PG, que veio por uns 10 dias seguidos aqui em casa até minha mulher sentir confiança pra realizar o curativo.
Também agradeço a preocupação dos amigos e familiares, pois a torcida foi grande e muitas mensagens de carinho. Me sinto afortunado por ter tantas pessoas torcendo pela gente.
Antes de encerrar, muitos perguntam se senti fome, não senti em momento algum. A dor como é? A dor foi nos primeiros 4 dias, mas não é uma dor excruciante, é bem suportável, e a gente tem a prescrição de remédio(liquido) pra dor. Depois fica a sensação de dolorido, dependendo da movimentação, e algumas posições geram mais desconforto.
Bom esse é um bom resumo do que aconteceu nestes 30 dias, gostaria de ter feito antes, mas acho que por ter sido retirada a pedra da vesícula, era muito desconfortável escrever no computador até essa semana. Vou tentar postar as novidades diariamente, pois até aqui foi tranquilo, agora que começa a batalha, pois a alimentação sólida é um pouco mais complexa, tem que mastigar muito pra não passar mal. O importante que já se foram 21kg, e desde hoje posso caminhar na esteira e dirigir, pois a Soraya tem medo que eu faça caminhadas sozinho na rua, por enquanto não posso me abaixar, como diz ela, vai que você tropeça, não tiro a razão.
Os próximos 5 meses vou ter bastante trabalho, pois depois deste período a perda de peso é pequena. Preciso perder no mínimo 10 kg por mês. Bora lá.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Estrada da vida

“Nesta longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar...” Alguns podem até estranhar, outros nem tanto, mas a canção ‘Estrada da Vida’, me remete aos meus 5/6 anos de idade, quando nos mudamos para São José da Boa Vista, onde chegamos em uma ‘Variant’ com muita chuva, e por acaso no rádio tocava esta canção, marcando o período que por lá residimos.
Quando na adolescência, um pouco rebelde como costumam ser os jovens, no meu caso churrasco, drops e rock’n’roll, mas a tal ‘Estrada da Vida’, era uma das canções obrigatórias em reuniões da família, o que sempre me incomodou um pouco, pelo fato de realmente gostar da música.
Passados mais alguns anos, devido a algumas amizades, que muito me influenciaram, fui ‘convertido’ ao sertanejo, onde até cheguei a fazer parte de TRÊS duplas sertanejas... foram uns 6 anos no meio, e curiosamente, apenas cantei ‘Estrada da Vida’ uma única vez numa pizzaria em Prudentópolis, afinal eram tantas músicas a se aprender, que pra esta não tinha tempo.
A dona Cinira, mãe do meu amigo Gilcimar, sempre comentou sobre o filme ‘Estrada da Vida’, estrelado pela dupla Milionário e José Rico, donos da canção.
E assim foram muitos idas e vindas. Alguns dias atrás no trabalho foi ‘lembrada’ tal música e deste feito, ontem, procurei e acabei encontrando o dito filme.
Película de 1980, onde retrata a batalha da dupla até ao estrelato.
Alguns me perguntariam: -Tá bom, sim e daí?
Claro que pesando fatores técnicos, o filme ‘não é lá uma brastemp’, mas é tão simples, com algumas cenas cômicas, outras de dificuldade extrema e mostrando que fé e perseverança move montanhas. Não consegui parar de assistir, e assim como a dona Cinira, também achei emocionante a história, que nada deixa a desejar para outro filme com uma verba bem maior, que foi ‘Os Filhos de Francisco’.
Hoje, mais ou menos 30 anos após o primeiro contato com a melodia, posso dizer que mesmo com toda minha veia pop-dance-balada-rock’n’roll, ‘Estrada da Vida’ tornou-se um marco, e que sempre me causou reflexão, com sua melodia simples e a poesia de sua letra.
“E o final ‘deste texto’ chegou...”